Solteiros sentem que ninguém está emocionalmente disponível enquanto tantos que estão comprometidos se perguntam se isso é ser feliz suficiente. A grama do vizinho é sempre mais verde, mas parece que a grama não é verde em lugar algum atualmente. Talvez um tanto do desapontamento moderno sobre relacionamentos esteja na nossa idealização, fruto da nossa crença no amor romântico. Não estou falando sobre mandar flores, e sim, de uma construção cultural que surgiu há séculos e foi disseminada através das mídias e das artes, criando uma expectativa falsa de que o amor deve ser imune às mudanças da vida e se encaixar em apenas um molde. As expectativas são tão altas que não são poucos os casos de pessoas que, ao conhecer um possível par, idealizam como ele deveria ser e passam a vida tentando mudá-lo, suportados em mitos como “quem ama não sente desejo por mais ninguém”.