All Seasons

Season 1

  • S01E01 Primeiros Emigrantes

    • April 18, 2006
    • RTP1

    O primeiro episódio investigou as raízes da emigração para a América. New Bedford na Nova Inglaterra foi a primeira “capital portuguesa” dos EUA tornando-se num destino prioritário para emigrantes açorianos e madeirenses. Quais os motivos que levaram os emigrantes a reunirem-se naquela pequena cidade portuária? A rota dos grandes veleiros é normalmente apontada como a responsável pela ida dos primeiros emigrantes açorianos para os EUA. Mas a investigação do programa foi mais longe descobrindo que a emigração dos ilhéus está ligada a uma outra diáspora – a dos judeus portugueses. Aaron Lopez fugiu de Portugal em 1752. Tornou-se num dos principais comerciantes americanos. A emigração de Portugal continental dirigia-se sobretudo para o Brasil. O comércio do Rio de Janeiro e de outras cidades brasileiras foi, durante anos, dominado por portugueses. O monopólio era alimentado pela chamada “rota dos caixeiros”. Os caixeiros eram mão-de-obra de confiança educada no norte de Portugal, Porto e Alto Minho. As famílias nortenhas preparavam os filhos para trabalharem no Brasil. Enviavam-nos ainda crianças, com 13, 14 anos para se empregarem como caixeiros por conta de familiares. Trabalhavam dia e noite amealhando para se tornarem mais tarde proprietários das lojas. Esta é a história desconhecida de muitos portugueses célebres como o Conde de Ferreira, o Barão de Nova Cintra, Ferreira de Castro, autor do livro “A selva”, entre outros A partir de 1850, com o fim do tráfico de escravos inicia-se um outro período, mais negro, da emigração portuguesa para o Brasil conhecido como escravatura branca.

  • S01E02 Fortunas Americanas

    • April 25, 2006
    • RTP1

    No segundo episódio analisam-se as fortunas dos “Brasileiros de Torna Viagem”. Aqueles que enriqueciam com a emigração gostavam de ostentar o sucesso construindo casas apalaçadas ou mesmo palacetes extravagantes. O impacto das fortunas brasileiras na economia do país ainda hoje gera alguma polémica. Uns consideram que apesar de fraca a industrialização do país só foi possível com os dinheiros da emigração. Outros sustentam que a remessa do emigrante, ansiosamente aguardada, alimentou no país uma cultura da subsidiodependência e de conformismo. O segundo episódio evoca também uma das mais extraordinárias epopeias portuguesas: a emigração para o oeste americano. Por volta de 1850 muitos portugueses participaram na célebre corrida ao ouro. Fundaram colónias na Califórnia e contribuíram para a ocupação do território índio. Entre outros apresenta-se o caso de Manuel Brasil o açoriano que ajudou o xerife Pat Garret a prender o celebre pistoleiro Billy the Kid. A partir de 1978 Portugal acordou com o reino do Havai o envio de mão-de-obra para as plantações de açúcar daquelas ilhas do Pacifico. Foram as ultimas aventuras dos épicos veleiros que cruzaram o Atlântico durante o século XIX. As viagens demoravam quase quatro meses e os emigrantes percorriam metade do globo para chegar ao local de trabalho. A comunidade portuguesa do Havai chegou a ter 20 mil emigrantes.

  • S01E03 Sonho e Desespero

    • May 2, 2006
    • RTP1

    A partir de 1880 com o fim escravatura e o início da Republica no Brasil inicia-se um novo ciclo na emigração portuguesa. A perturbação politica no Brasil fez cair as remessas de emigrantes o que contribuiu para agravar a crise económica em Portugal. Entre os portugueses cresce o desejo de emigrar. No Brasil o Governo incentiva a emigração espontânea, pagando viagens e oferecendo contratos. O café está em franco desenvolvimento. Nos mares reina agora o barco a vapor. As viagens que demoravam 40 dias nos veleiros passam a demorar apenas 10, 12 dias nos transatlânticos. Entre 1890 e 1920 um milhão de portugueses sai do Pais. Na época este número representava um quinto da população. No Brasil dirigiam-se para as fazendas de café mas também para as cidades. No limite desenrascavam-se com negócios de rua para sobreviver. Tornaram-se alvo das anedotas dos brasileiros. Na Amazónia surgiram as fortunas da borracha. A crise económica americana afectou também as exportações brasileiras de café. A emigração portuguesa para o Brasil entra numa fase de declínio. Por volta de 1955, quando começa o salto dos emigrantes em direcção à França praticamente ninguém emigra para o Brasil. O sonho dos portugueses numa vida melhor passou a estar do outro lado da fronteira terrestre.

  • S01E04 A Sangria da Pátria

    • May 9, 2006
    • RTP1

    Fernanda Bizarro realizou o quarto documentário que nos posiciona no contexto do ciclo Europeu (finais dos anos 50-1973/74), período em que mais de um milhão e meio de portugueses abandonaram o país. A França, destino claramente dominante, funciona como referência espacial e a “história” do episódio transporta-nos do Portugal da ditadura, politicamente fechado e marcadamente rural, onde a transição para uma economia moderna não conseguia criar um número suficiente de novos empregos, para o destino francês, onde a plena expansão económica fordista implicava o recrutamento de trabalhadores para funções pouco qualificadas na indústria transformadora, na construção civil ou emprego doméstico. As experiências da emigração clandestina, o funcionamento das redes de recrutamento baseadas em conterrâneos, as dificuldades residenciais e a mobilidade social das mulheres emigrantes são retratados neste documentário, que ainda nos leva a dimensões mais recentes, como a manutenção dos laços com Portugal, designadamente ao nível local. Tratando do período da emigração que mais marca os imaginário colectivo das gerações ainda vivas, este programa fornece um olhar novo e diferente sobre uma realidade incontornável da história portuguesa das décadas de 60 e 70 do século XX.

  • S01E05 A emigração portuguesa para o Luxemburgo

    • May 16, 2006
    • RTP1

    O 5º Programa da série, realizado por Paulo Costa, trata dos destinos que se afirmam na sequência da emigração para França. De certo modo, poder ser classificado como um “programa de transição”, uma vez que mostra como o destino francês permitiu derivações para outros países, que se foram mantendo como destinos relevantes no 3º Ciclo contemporâneo da emigração portuguesa (pós-inícios dos anos 80 do século XX). Neste caso, o Luxemburgo é a referência, sobretudo pela visibilidade e pelo significado da população portuguesa do Grão-ducado (mais de 15% dos residentes). Abordam-se questões como o empresarialismo dos emigrantes portugueses, o significado da 2ª geração e as suas ligações a Portugal, o carácter temporário dos movimentos mais recentes ou a manutenção dos referenciais identitários que passam pela região católica, o futebol, o folclore e a música. Ao abordar uma realidade que estabelece a continuidade entre o passado recente (do “país de emigração” propriamente dito) e o presente (do país de imigração com milhões de emigrantes e descendentes”), este programa apresenta a força do documentário-vivo e abre a porta para o quadro económico e social da emigração portuguesa dos dias de hoje.