Ninguém consegue escapar-lhe e muitos, procuram-na, a solidão. No Literatura Aqui desta semana, Pedro Lamares sugere-nos que olhemos para o "poema de um funcionário cansado" cuja "alma não dança com os números". Na voz de Filipa Leal, encontramos "a manhã com as suas proibições" e as palavras de Rui Pires Cabral. Entre as palavras cruzadas da literatura e do teatro, entramos em cena para questionar a forma das palavras que pisam os palcos. Ouvimos a voz de escravos, pela mão de Arlindo Caldeira, que conta destinos e explica a saga da escravidão vivida por gente de carne e osso. Perante a certeza do fim, as palavras de Rosalina Marshall contrastam com a intensidade de "uma paixão no deserto" de Honoré de Balzac, onde as "areias pardacentas" que se estendem ao infinito.