“Uma cultura focada na magreza não revela uma obsessão com a beleza feminina. É uma obsessão sobre a obediência feminina. Fazer dietas é o sedativo político mais potente na história das mulheres; uma população passivamente insana pode ser controlada”. Essa é uma frase da escritora feminista e autora do livro "O mito da beleza", Naomi Wolf. Nós sabemos que ouvir essas palavras assim, tão de repente, pode causar um desconforto difícil de engolir. Mas precisamos falar sobre isso, principalmente agora, um dia depois da Páscoa e no meio de uma pandemia que está mudando nossos hábitos e trazendo tantas sensações até então desconhecidas. Em meio a tantos relatos de medo de engordar na quarentena, como se não tivéssemos medos suficientes, não seria a hora de remodelar a relação com a imagem que vemos no espelho? E os alimentos, que são um combustível para a nossa sobrevivência, não deveriam enfim perder o título de vilões?