O crítico literário Antonio Candido em seu ensaio "O homem dos avessos" diz que "há em Grande Sertão: Veredas uma espécie de grande princípio geral de reversibilidade, dando-lhe um caráter fluido e uma misteriosa eficácia."[5]
Diadorim representa a quintessência deste princípio. Ele é, simultaneamente, a representação do masculino e do feminino, do celeste e do demoníaco, da certeza e da dúvida. Diadorim era sério, "não se fornecia com mulher nenhuma". Destemido, calado, de feições finas e delicadas, impressionava Riobaldo e exercia sobre ele grande fascínio: "Mas eu gostava dele, dia mais dia, mais gostava. Digo o senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa-feita. Era ele estar perto de mim, e nada me faltava. Era ele fechar a cara e estar tristonho, e eu perdia meu sossego".