Episódio especial transmitido por ocasião do aniversário do tsunami no Sudoeste Asiático e inteiramente dedicado a Banda Aceh (Indonésia) e ao trabalho da ONG OIKOS. Este foi o primeiro episódio da primeira série do programa 'Príncipes do Nada' da RTP.
Neste episódio a equipa de "Príncipes do Nada" acompanha os voluntários portugueses dos Médicos do Mundo, que em Moçambique lidam com a dura realidade dos números do HIV-Sida. Numa das visitas domiciliárias que esta ONG faz diariamente falámos com doentes de Sida, partilhámos o seu dia-a-dia e conhecemos as dificuldades que travam na luta entre a vida e a morte. Em Timor conhecemos o Padre João de Deus. Transmontano de 77 anos, vive há 47 em território timorense. Sempre ao lado do povo e a lutar pela independência do país que o acolheu, é um missionário com obra feita. É o resultado do seu trabalho que damos a conhecer neste programa.
Dois anos depois, Catarina regressa a S.Tomé e Príncipe para nos contar como esta Associação luta, diariamente, para prestar os cuidados básicos de saúde na Unidade Móvel: testes HIV/SIDA, consultas de ginecologia, de planeamento familiar, distribuição de preservativos...são insuficientes os profissionais de saúde para responder às necessidades de uma população em que 53,8% das pessoas vive na extrema pobreza. Vasco Galante, português, empresário de sucesso com negócios em toda e Europa, abandonou tudo e decidiu ser voluntário no Parque da Gorongosa, em Moçambique. No início dos anos 80, com a guerra civil que durou 20 anos, a desflorestação e a caça furtiva eram os únicos meios de subsistência das comunidades locais. Hoje, Vasco ajuda a mudar o rumo da História e a reabilitar uma área de 4 mil quilómetros quadrados outrora esquecidos.
Balbina Trindade é o rosto da ARCAR -- Associação para a Reinserção das Crianças Abandonadas e em Situação de Risco -- há 15 anos a cuidar das crianças de S. Tomé, vítimas de abandono e maus tratos. A seu lado está a portuguesa Marta Serapicos. Estudante de Psicologia, esta é a sua primeira missão como voluntária. Victor Pinto, sem-abrigo, 43 anos, vive há quatro num carro em Lisboa. Com a AMI -- Assistência Médica Internacional -- vamos conhecer o caso deste e de outros sem-abrigo, acompanhar as equipas de rua, visitar os centros de acção social Porta Amiga e um abrigo nocturno.
Padre Zé Maria. É o "Príncipe do Nada" desta semana. Responsável pela Casa do Gaiato de Boane (Moçambique) tem a seu cargo cerca de 153 rapazes (entre os 3 e os 22 anos) que vivem nesta instituição privada de solidariedade social. São, maioritariamente, crianças abandonadas, rejeitadas e orfãs de Sida que encontram aqui o colo e o carinho que não tiveram. Dar um futuro condigno a estas crianças é o único desejo deste homem. As prostitutas e prostitutos da cidade do Porto podem encontrar apoio na Associação "Espaço Pessoa" . É o dia-a-dia destes profissionais, mas também histórias de vida nem sempre fácil, que vamos ver em mais uma reportagem dos "Príncipes do Nada".
O programa "Príncipes do Nada " regressa esta semana a S.Tomé e Príncipe. Com 53% da população em situação de extrema pobreza, 2,4 % está infectada com o virus do HIV / Sida. Prevenir a cólera, o paludismo, a Sida, e também mudar as mentalidades que recusam o uso do preservativo, é a tarefa diária da ONG "Médicos do Mundo" que vamos conhecer no programa de hoje. E podemos testemunhar um acontecimento histórico: pela primeira vez foram efectuados testes de Sida aos habitantes da Ilha do Príncipe. A equipa dos "Príncipes do Nada" estava lá.
Maria de Lurdes Martins da Cruz, mais conhecida por "Mana Lu", é a voluntária timorense que iremos conhecer no programa de hoje.Fundadora do ISMAIK -- Instituto Secular Irmãos e Irmãs em Cristo -- ajuda as populações mais desfavorecidas de Timor, seguindo o provérbio chinês "não dês peixe, ensina a pescar". E conta com a colaboração do prestigiado historiador português José Mattoso. Desde 1999 em Timor doou sempre o seu salário para ajudar o ISMAIK a manter a independência face às organizações internacionais. Numa viagem à Indonésia, pós tsunami, acompanhamos um dia na vida de Henrique Gomes, engenheiro ambiental, ao serviço da ONG inglesa OXFAM.
Com Patrícia Fernandes da UNICEF e o Centro de Reabilitação Infantil de Chókwè (CRIC). Com a professora Rosa.
Patrick de Carvalho, português a trabalhar na Sta. Casa da Misericórdia de S. Tomé e Príncipe, criou um projecto de economia social."Ossobô" dá emprego aos habitantes locais em áreas tão diversificadas como o artesanato, as artes plásticas ou a comercialização de produtos alimentares santomenses. Com a Dra. Gilda Gomes, em Timor, acompanhámos as consultas desta médica estomatologista ao serviço das crianças timorenses.
Viajamos até Moçambique onde a voluntária Carlota Góis nos mostra o que a ONG VIDA -- Voluntariado Internacional para o Desenvolvimento Africano - está a fazer nos arredores de Maputo: a reconstrução de casas numa aldeia isolada; um centro de desenvolvimento comunitário e uma escola.
A Irmã Suzana Marques e a APOIAR em Moçambique. Rosa Menezes em Timor-Leste
Os Leigos para o Desenvolvimento em São Tomé e Príncipe.
Associação Acreditar no Instituto Português de Oncologia, Dona Leonor, voluntaria no Bairro de Chelas, Serviço Jesuita aos Refugiados.
No primeiro programa retratamos a história impressionante de uma mulher com uma força e uma generosidade fora do vulgar: a enfermeira Laura, de Tete, no Norte de Moçambique, que apesar de não ter quase nada para dar, os bebés e crianças órfãs da Sida recebem o seu colo, determinante para a sua sobrevivência.
No segundo programa iremos até Timor-leste onde vemos como as Irmãs Franciscanas de Baucau conseguem ser o único conforto dos idosos timorenses. A crise de valores está generalizada e hoje assiste-se a uma dura realidade: o abandono dos mais velhos e sábios.
No terceiro programa assistirmos a histórias de vida muito comoventes em Moçambique com a Associação Reencontro que acolhe crianças vítimas de Sida.
ACRIDES - Associação para crianças desfavorecias, em Cabo Verde.
São Tomé e Príncipe - Associação Santomense para Promoção Familiar
São Tomé e Príncipe - ALISEI
São Tomé e Príncipe - Instituto Marquês Vale Flor
Neste oitavo programa da segunda série de Príncipes do Nada, Catarina Furtado volta até São Tomé e Príncipe e acompanha uma equipa portuguesa dos Médicos do Mundo no seu trabalho diário de combate ao HIV Sida . Entre as imensas carências e tabus, a necessidade deste esforço tem um caracter de urgência. Os Médicos do Mundo também se dedicam a melhorar a saúde materna das mulheres Sãotomenses. Catarina Furtado visita o Hospital Central e deixa claro porque é que São Tomé é um dos paises mais pobres e mais distantes no cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.
Neste programa, Catarina Furtado vai até Cabo Verde e relata a história exemplar de uma mulher que através de um microcrédito criado pela Associação Morabi (que ajuda mulheres caboverdianas), ressuscitou a sua vida. Os seus dotes de pasteleira e a sua capacidade de trabalho e de empreendedorismo tiraram a fome a toda a sua família. Em sua casa todos fazem bolos, dia e noite, durante a semana e ao fim de semana e em Santiago não há quem não conheça a Dona Estela! Um exemplo de como uma pequena ajuda pode ser o suficiente para erguer um grande negocio ajudando a erradicar a fome e a pobreza ( 1º Objectivo de Desenvolvimento do Milénio )e a promover a igualdade de gênero e a capacitação das mulheres ( 3º Objectivo de Desenvolvimento do Milénio).
Neste décimo programa, Catarina Furtado vai até Moçambique e quatro anos depois da visita feita para a primeira série de "Príncipes do Nada", reencontra agora a Irmã Susana, que continua incansável no seu Bairro de Mumemo construído de emergência depois das terríveis cheias do ano 2000. Com o apoio da Cooperação Portuguesa, o Bairro de Mumemo , através do esforço e da dedicação exemplar da Irmã Susana, está hoje bem maior e acolhe centenas de crianças e jovens fazendo um trabalho notável de combate à extrema pobreza e à mortalidade infantil para além de promover o ensino primário universal. Um exemplo da multiplicação do bem.
Leigos para o desenvolvimento / São Tomé e Príncipe
Médicos do Mundo / Moçambique
Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição / São Tomé e Príncipe
Na estreia da terceira série de "Príncipes do Nada" no dia 26 de Março de 2012, viajamos até ao Sudão do Sul, o mais jovem país do mundo, cuja independência foi declarada a 9 de Julho de 2011. A cruel realidade das meninas sudanesas do sul que sofrem abusos sexuais ou são obrigadas a prostituir-se é-nos revelada pela organização não-governamental Confident Children Out of Conflict (CCC). Neste episódio, Catarina Furtado entrevista mesmo algumas destas meninas de rua que, ainda crianças, estão habituadas a achar que não têm direitos e que não podem gostar nunca de si próprias. Acompanhamos ainda o trabalho que a ONG faz no terreno, tirando as meninas destes ambientes e permitindo que possam ir à escola, com o objectivo de que, um dia, também elas venham a ajudar o seu país a desenvolver-se.
No segundo programa de "Príncipes do Nada", um dos destinos é Moçambique. Dona Rosária, que trava a difícil batalha contra o vírus do VIH/sida, é a nossa protagonista. Hoje, orgulha-se de ter criado o primeiro centro de apoio às vítimas de sida no município de Matola, perto de Maputo. Com esta história, ficamos ainda a perceber que, apesar do investimento nos anti-retrovirais, a prevenção contra o VIH/sida não tem sido eficaz neste país.
No terceiro programa de "Príncipes do Nada", que será emitido a 9 de Abril, começamos com o testemunho do português António Nunes, no Sudão do Sul. Este irmão comboniano é enfermeiro e conhece bem os desafios daquele que é considerado o pior sistema de saúde do mundo. De visita ao Hospital Pediátrico de Juba, conhecemos a história da pequena Verónica, uma das muitas crianças que sofrem com a sua própria vida a falta de recursos e de informação sobre cuidados de saúde. Uma em cada quatro crianças perde a vida antes de chegar aos cinco anos.
No quarto programa de "Príncipes do Nada", Moçambique será o primeiro destino. No bairro de Libangua, província de Maputo, Catarina Furtado encontra a Irmã Angelina no Centro Menino Jesus da Manhiça, que acolhe 42 meninas órfãs ou abandonadas. A dedicação da irmã Angelina e a aposta na educação destas crianças e jovens provam-nos que Moçambique está no trilho certo para diminuir a ainda alta taxa de analfabetismo das mulheres neste país.
No quinto programa de "Príncipes do Nada", Catarina Furtado e a sua equipa viajam pela primeira vez até à Índia. Embora considerado um país emergente, dados da ONU indicam que 410 milhões de indianos vivem com menos de um euro por dia. Ou seja, cerca de 40% da população do país. É numa das muitas favelas da capital, Nova Deli, que encontramos a portuguesa Márcia Nogueira. Educadora de infância de formação e voluntária na ONG Humana People to People India, Márcia trabalha nas academias de aprendizagem dirigidas às crianças que vivem com as suas famílias nas favelas.
Neste episódio do "Príncipes do Nada" a viagem começa no Norte de Portugal, na companhia do enfermeiro Márcio Silva. Vive em Vila Nova de Gaia e é um jovem voluntário que acredita na força do trabalho solidário. Acompanhámos Márcio num dia de trabalho no projecto dos Médicos do Mundo de apoio a idosos, pelas ruas da zona histórica do Porto. Uma das histórias que reflecte algumas das carências de boa parte da população idosa de Portugal é o caso de Eduarda Melo. Tem 65 anos, há quatro sofreu uma hemorragia cerebral e, desde então, está confinada à cama, com profundas limitações a nível de mobilidade. No último ano, esta idosa saiu três vezes de casa, graças à ajuda dos Médicos do Mundo.
A 12 de janeiro de 2010, milhares de crianças haitianas viram morrer familiares e amigos no terramoto que destruiu o Haiti. A difícil adaptação destes meninos à nova realidade é uma das prioridades da portuguesa Maria Leitão, que dirige a organização não-governamental espanhola, CESAL. O empenho de todos os que fazem parte desta ONG foi testemunhado pela Catarina Furtado e pela sua equipa, que nos mostram esta história no sétimo programa, que será emitido a 7 de Maio.
O programa é sobre os bombeiros voluntários portugueses. Ivo Aranha, que trabalha na Corporação de Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal, é o nosso protagonista numa equipa que conta com mais de 150 heróis.
Neste programa, viajamos até ao interior de Maharashtra, o segundo estado mais populoso da Índia, para acompanhar o trabalho desenvolvido pelo Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) nas áreas rurais. A discriminação das mulheres neste país continua a ser chocante. Os censos de 2011 revelam um aumento da prática de feticídio feminino. A este nível, o desenvolvimento tecnológico, que permite saber o sexo do bebé durante a gravidez, tem favorecido a escolha sexual: calcula-se que todos os anos um milhão de fetos do sexo feminino sejam vítimas de aborto seletivo. Em parceria com as associações locais, o trabalho do UNFPA no terreno passa pela promoção familiar, pelo investimento no acesso a cuidados de saúde e pelo combate à pressão social sobre a mulher. O envolvimento masculino é determinante para a mudança de comportamentos. A organização não-governamental Nari Samata Manch está a mobilizar homens de todas as gerações e são já muitos os sinais de viragem de mentalidades na vida dos casais.
Neste programa começamos em Portugal com a realidade de filhos de mães reclusas. A Casa da Criança é um centro de acolhimento temporário para meninos dos três aos dez anos. Vizinha do Estabelecimento Prisional de Tires, esta instituição acolhe cinco filhos de reclusas e oito meninos que foram retirados às suas famílias biológicas por se encontrarem em situação de risco. Duas vezes por semana, os filhos vão visitar as mães à prisão, a distância é curta e permite este contacto sempre rico em doces e afectos. A Casa da Criança pretende dar aos meninos um ambiente o mais familiar possível bem como a definição de um projecto de vida que corresponda ao superior interesse de cada criança. É um longo trabalho de acompanhamento e atenção para que a condenação das mães seja um pouco menos nociva à vida dos filhos.
Anselmo, o único afinador de pianos em Moçambique, é um dos protagonistas do próximo programa de "Príncipes do Nada", que emitimos no dia 11 de junho. Com o apoio do Music Fund, um fundo de música independente sem fins lucrativos, Anselmo teve a oportunidade de viajar até à Europa para se especializar na arte da afinação de pianos. Anselmo é um entre muitos jovens músicos de países em desenvolvimento ou em situação de conflito que têm sido apoiados pelo Music Fund. É num ambiente de festa que testemunhamos a chegada de mais de 100 instrumentos musicais doados graças a uma campanha da organização, que conquistou a cumplicidade de vários parceiros europeus, entre os quais a portuguesa Fundação Calouste Gulbenkian.
á no Sudão do Sul, a visita à maternidade da capital, Juba, mostra-nos como médicos, enfermeiros e parteiras unem esforços para combater as altas taxas de mortalidade materna e infantil do país. Apesar do recente nascimento desta nação, os 50 anos de atrocidades no território fizeram com que dar à luz aqui continue a ser muito arriscado para as mulheres e os seus bebés. Dificuldades que a equipa de "Príncipes de Nada" acompanhou enquanto filmava os vários partos que, todos os dias, ocorrem nesta unidade médica. A aposta na formação das parteiras pelo Fundo das Nações Unidas para a População também foi testemunhado pela nossa equipa. Um esforço fundamental num país com quase 10 milhões de pessoas, mas onde existem apenas 10 parteiras qualificadas.
No último programa de "Príncipes do Nada", começamos a nossa viagem na Índia. Apesar de ser uma economia emergente, a nação indiana tem um dos piores sistemas de saúde do mundo. Os relatórios informam e alertam: menos de um médico por cada 1000 habitantes. Em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a População, a União Europeia tem dado especial atenção à área da saúde neste país asiático. As medidas implementadas e os projectos futuros são nos explicados pelo Embaixador da União Europeia, o português João Gomes Cravinho, que está em Nova Deli desde o início do ano. A conversa decorre no sub-centro de saúde de Jharsa, uma unidade institucional mais periférica que presta cuidados primários a cerca de 30 mil pessoas.
Na estreia da 4ª série de Príncipes do Nada, começamos por Moçambique, onde ser albino é viver com medo. Medo da discriminação, da violência e de ser raptado. Os mitos associados à falta de pigmentação na pele têm ditado o aumento dos casos de perseguições e assassinatos de pessoas com albinismo. Superstições que atribuem poderes mágicos aos órgãos e ossos de albinos alimentam um negócio macabro. Depois, seguimos viagem até ao mercado de Bafatá na Guiné-Bissau. Guiados pelas cores, os cheiros e os sabores deste país, descobrimos o Projeto de Apoio à Intensificação da Produção Alimentar e Desenvolvimento Comunitário(PAIPA-DC). A iniciativa é da Cooperação Portuguesa que quer reforçar a capacidade de produção do país, promover a inclusão das mulheres nos negócios, diminuir a insegurança alimentar e a pobreza.
É no hospital de Bafatá, na Guiné-Bissau, que começa o 2º episódio da quarta série de Príncipes do Nada. Catarina Furtado e a sua equipa acompanham o dia-a-dia de uma pequena equipa médica que não mede esforços para salvar vidas em condições, muitas vezes, adversas. Este é também o regresso da equipa de Príncipes do Nada ao hospital onde, em 2010, se colocou a primeira pedra para a construção de um bloco operatório. De seguida, a equipa viaja até à remota vila de Adara, na costa oeste da ilha de Ataúro, em Timor-Leste. Para sobreviverem e criarem os filhos, as mulheres da vila ousaram mergulhar num território reservado aos homens: dedicaram-se à caça submarina. Margarida é a protagonista desta história que levou a equipa de Príncipes do Nada literalmente para dentro de água. A resiliência das mulheres timorenses mostra-nos como a luta pela igualdade de género neste país se continua a fazer todos os dias.
É o enfermeiro Juvenal, "a alma" da unidade de oncologia, quem nos começa por abrir as portas do hospital e falar da importante formação recebida em Portugal graças ao Programa Atenção Integrada ao Doente Oncológico. O projeto, que começou em 2014, tem o apoio da Fundação Gulbenkian, e do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, e vem responder à necessidade de formar uma equipa multidisciplinar de qualidade, desde a fase de diagnóstico à fase de tratamento. Seguimos depois para a Ilha do Príncipe, em São Tomé, onde conhecemos o Mestre Leandro, um senhor de 77 anos que ensina a arte da cestaria e da esteira na Roça Paciência.
O 4º episódio de Príncipes do Nada começa na Guiné-Bissau, no Bairro de Missira, onde Catarina e a equipa encontram Silas, um menino de 8 anos que sofre de paralisia cerebral. A mãe conta que muitos tratam o filho como uma criança Irã, um espírito amaldiçoado. Depois, seguimos até à Ilha do Príncipe, onde estão a ser implementados vários projetos de proteção da natureza, como o das tartarugas marinhas, que surgiu por iniciativa da Fundação Príncipe Trust com o objetivo de contrariar a realidade que indica que estes animais estão em vias de extinção.
Na Guiné-Bissau: o relato de Mariama, uma jovem vítima de casamento forçado, emociona Catarina e a sua equipa durante a estadia em Bafatá. Através do caso desta jovem, somos alertados para a cruel realidade de que, todos os anos, 15 milhões de meninas e jovens são forçadas a casar antes dos quinze. Na Ilha de Moçambique (pela primeira vez, os Príncipes do Nada visitam esta ilha), Catarina e a sua equipa conhecem o projeto Cluster da Cooperação Portuguesa.
No sexto episódio de Príncipes do Nada, aterramos primeiro em Díli, Timor-Leste, para conhecer a Casa Vida, uma organização não governamental (ONG) dedicada às meninas e raparigas timorenses vítimas de abusos sexuais. Depois, voamos até São Tomé e Príncipe. Aqui conhecemos Dulce, 63 anos, mãe de 10 filhos, que só agora vai à sua primeira consulta de ginecologia, graças ao "Saúde para Todos - Especialidades", projeto do Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF).
Catarina e a sua equipa acompanham na Ilha do Príncipe, em São Tomé, o trabalho diário de duas missionárias, Eufrosina e Maria da Conceição, da Congregação Irmãs Servas da Sagrada Família. Nesta emissão, visitamos, com as irmãs, a Casa Betânia que acolhe idosos e outras pessoas em situação de pobreza ou deficiência. Seguimos depois para Moçambique, para Monapo, na Província de Nampula. É lá que vamos conhecer o projeto Apoio à Criança da Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM), presente há 15 anos no município de Monapo.
No 8º episódio de Príncipes do Nada, a primeira paragem é em Moçambique, onde o Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA, do qual Catarina Furtado é Embaixadora de Boa Vontade) tem implementado o programa Ação para as Raparigas Adolescentes. Nas províncias de Nampula e Zambézia, centenas de raparigas entre os 10 e os 24 anos estão a beneficiar deste projeto, cujo objetivo é assegurar o acesso à saúde sexual e reprodutiva. Em Timor-Leste, na Ilha de Ataúro, somos surpreendidos pela Boneca de Ataúro, uma cooperativa de mulheres que costuram à mão diferentes artigos e que encontram aqui a sua forma de subsistência e valorização pessoal. Para muitas, este é o primeiro emprego. A conselheira da ONU, Maria do Céu Lopes da Silva, dá a cara na luta pela condição da mulher timorense e conta-nos que há mesmo quem só venha à ilha porque quer ver a boneca feita com os tecidos da terra.
São Tomé e Príncipe: com mais de metade da população a viver abaixo da linha de pobreza e muitas comunidades com dificuldades de acesso à Saúde e à Educação, é muito frequente raparigas santomenses de 14, 15 e 16 anos engravidarem. Deixam de ir à escola assim que a barriga se faz notar, ficam dependentes dos companheiros e, em pouco tempo, tornam-se mães de 4 e 5 filhos, com graves dificuldades de subsistência. A próxima paragem é a Guiné-Bissau, onde a taxa de mortalidade em crianças até aos 4 anos está entre as piores do mundo: 55 mortes por cada 1000 nascimentos. A mortalidade materna traduz também números gritantes já que, no geral, os partos não têm a devida assistência. O projeto Tabanka Ku Saudi, da organização não governamental VIDA - Voluntariado Internacional para o Desenvolvimento Africano -, é apoiado pelo Camões, Instituto da Cooperação e da Língua e atua há mais de 20 anos na Guiné, onde reforça o sistema de saúde.
Em todo o mundo, mais de 200 milhões de meninas e mulheres foram sujeitas a alguma forma de mutilação genital feminina (MGF). A prática existe em cerca de 50 países do mundo, com maior incidência no continente africano. No caso da Guiné-Bissau, país onde começamos o último episódio desta série do programa Príncipes do Nada, a excisão é feita somente pelas comunidades islamizadas. O nosso último destino nesta série é Timor-Leste. Em Same, no município de Manufahi, encontramos o casal de professores portugueses, Liliana Ferreira e Pedro Peixoto, que fazem parte da equipa do projeto Formar Mais - Formação Contínua de Professores, que conta com o apoio do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua. Liliana ensina português, Pedro dá aulas de Cidadania e Desenvolvimento Social.
O campo de Moria, na ilha grega de Lesbos, acolhe 22 mil refugiados e foi construído para apenas 3 mil pessoas! Acompanhamos o trabalho da voluntária portuguesa Fabiana Faria na ONG Fenix, assim como os projetos das ONGs Médicos Sem Fronteiras e Movement on the Ground que combatem as condições desumanas que têm levado cada vez mais crianças a tentar o suicídio. De seguida, viajamos até ao campo Kutupalong, considerado o maior do mundo, no Bangladesh, onde o Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) apoia jovens mães rohingyas (população muçulmana que está a sofrer um verdadeiro genocídio por parte do exército do país onde nasceu, Myanmar, maioritariamente budista). É o caso de Parvir, que sofreu um casamento precoce e enfrenta agora uma gravidez adolescente.
Delida Paez é refugiada venezuelana, resultado de perseguições políticas que colocaram a sua vida, e a dos seus, em risco. Ela é também voluntária no refeitório Divina Providência, em Cúcuta, na Colômbia. Todos os dias, milhares de venezuelanos atravessam a Ponte Internacional Simón Bolívar para a Colômbia à procura de um prato de comida, só possível através do apoio do Programa Alimentar Mundial (PAM) . De acordo com o governo colombiano, mais de 1 milhão e 400 mil venezuelanos entraram no país à procura de subsistência. Mas os números não param de aumentar. Na segunda história, seguimos até ao Líbano (o país do mundo com o maior número de refugiados por habitante) e entramos nos bairros de Sabra e Chatila com a Unidade Móvel da ONG Makassed apoiada pelo Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) que presta cuidados de saúde, saúde materna, sexual e reprodutiva e planeamento familiar a refugiados sírios.
Neema Esther, sul-sudanesa, acabou de chegar, exausta, cheia de sede e fome ao campo de refugiados de Imvepi, no Uganda, onde o Programa Alimentar Mundial (PAM) distribui comida para milhares de refugiados. Num outro campo, Bidi Bidi, o relato de Aneno Patrich deixou-nos sem palavras. O caminho que fez, a violência a que foi sujeita até ter chegado aqui, é difícil de partilhar, mas também de ouvir. De seguida, vamos até ao campo de Kutupalong, no Bangladesh, onde a Organização Internacional para as Migrações (OIM) trabalha para preservar a cultura e a identidade do povo rohingya, refugiado e apátrida. Shofi Alom partilha a brutalidade de que foram vítimas no Myanmar mas, por outro lado, na história do pequeno Asum, há um sentimento de esperança que nos deixou muito comovidos.
Em plena Europa, no campo de refugiados de Vathy, na ilha grega de Samos, as ONGs Med"Equali Team e Samos Volunteers tentam erradicar a sarna e os percevejos. Osman fugiu da Síria, vítima do autoproclamado Estado Islâmico, e é voluntário ao lado da portuguesa Inês Matos numa lavandaria social. As condições indignas onde cerca de 8 mil refugiados vivem num campo que foi construído para 648 pessoas, ficam bem visíveis nos relatos que gravámos. Ainda neste episódio, viajamos até ao Bangladesh onde acompanhamos Mónica Assunção, enfermeira portuguesa, voluntária no hospital da Fundação HOPE, neste que é o maior campo de refugiados do mundo, Kutupalong. Mónica não estava preparada para o que aqui encontrou.
Na Grécia, mais de 5 mil refugiados são menores desacompanhados. Aman, afegão, foi torturado pelos talibãs. Aos 15 anos, a família pediu-lhe que partisse. Há também muitos relatos de automutilação. Os jovens carregam o peso da culpa, procuram substituir a dor emocional pela física, que lhes é mais suportável. Uma realidade consternadora. Visitámos um centro de acolhimento de menores em Atenas apoiado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) e entrevistámos alguns destes jovens que estão sós, sem família. Na Colômbia, todos os dias, entre 3 a 5 mil venezuelanos atravessam a fronteira. Procuram comida, medicamentos, trabalho. Mário Machado é o rosto português do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na região fronteiriça de Arauca.
Estamos no Uganda com Cathy Groenendijk, mas conhecemo-la em 2011, no Sudão do Sul. O país acabava de declarar a independência e Cathy resgatava crianças da rua. Meninas que, com cinco anos eram violadas, e aos dez, forçadas a prostituir-se. Quase dez anos depois, com o escalar da violência no Sudão do Sul, Cathy teve de fugir. Não o fez sozinha, não quis deixar as suas meninas para trás. É na sua casa em Kampala, no Uganda, que Cathy acolhe dezenas de raparigas sul-sudanesas, todas refugiadas. É também aqui que vive Stephen, uma criança-soldado que aceita contar a sua história. No Líbano, um em cada quatro habitantes é refugiado. 631 mil são jovens com idade de ir à escola. A ONG local Naba´a, apoiada pelo Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) não desiste de um único jovem. Quer combater a pobreza, a discriminação, o abandono escolar e o casamento precoce.
Foi a segunda maior selva do Bangladesh, hoje é o maior campo de refugiados do mundo. Em Kutupalong, vivem cerca de um milhão de rohingyas. Manuel Marques Pereira, o português que coordena as atividades da Organização Internacional para as Migrações (OIM), desabafa: "Gostaríamos que as pessoas tivessem acesso a 20 litros de água por dia para tudo: tomar banho, lavar a roupa, comer. Nem sempre conseguimos." Como também não se consegue apagar da memória deste povo os traumas provocados por actos atrozes de violência (muito difíceis de ouvir) tendo apenas como argumento a diferença de religião. No Uganda, a Refugees United tenta fazer o oposto daquilo que, todos os dias, a guerra provoca em países como o Sudão do Sul ou a República Democrática do Congo: juntar famílias, que foram obrigadas à separação. Marie Louise, refugiada da RD Congo, é uma das muitas pessoas apoiadas por esta ONG. Torturada, tem marcas no corpo e no coração.
Em Atenas, na Grécia, encontrámos Amin, um pai sozinho e extremamente dedicado, com os seus dois filhos. Fugiram do Afeganistão e sobreviveram à travessia do Mediterrâneo que já matou cerca de 19 mil pessoas. Vivem com pouco mais de 300 euros por mês. As crianças de Amin não entendem porque estão longe da mãe e do irmão. É difícil explicar. A família conta com o apoio do Serviço Jesuíta aos Refugiados (SJR), onde conheceram a portuguesa Francisca Onofre. No Uganda, Denis é um dos poucos homens parteiros e no hospital de Adjumani faz mesmo a diferença. São muitas as refugiadas sul-sudanesas que aqui vêm dar à luz, em segurança. No total, mais de 500 mulheres morrem, todos os dias, devido a complicações evitáveis durante a gravidez ou o parto em países com conflitos. O Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) não desiste de tentar contrariar as estatísticas: luta pelo direito ao acesso à saúde sexual e reprodutiva para todas as mulheres.
Na Colômbia, deparamo-nos com a realidade das mulheres que foram vítimas de violência em contexto de conflito armado e, por conseguinte, foram obrigadas a fugir. O drama dos deslocados internos atinge cerca de 8 milhões de colombianos. As guerrilhas do narcotráfico deixaram - e continuam a deixar - marcas impossíveis de apagar. A ONG Corporación Humanas, onde trabalha a advogada portuguesa Carla Afonso, luta para garantir que a justiça se fará cumprir. No Líbano, no campo Bekaa Valley, a escola Telyani, gerida pelo Serviço Jesuíta aos Refugiados, (JRS) é um oásis e uma oportunidade única para as crianças refugiadas sírias fugidas à guerra que começou em 2011 no país vizinho. Salwa, professora e refugiada desabafa: "Desejo que a escola comece para esquecer o que é que está a acontecer comigo lá fora." No Líbano, vivem cerca de 1 milhão e 500 mil refugiados sírios.
Na Colômbia, conhecemos Ana Ofélia, educadora de infância venezuelana. Pediu asilo ao país vizinho, com a filha, que por fazer parte do exército e ter desertado, corria risco de vida. Na sua nova casa, volta a tomar conta de crianças. As mães são quase todas mulheres venezuelanas que, sem documentos, sentem que não têm alternativa a não ser prostituir-se. No Uganda, seguimos um dia na vida de Jackeline, sul-sudanesa,16 anos, refugiada. Todos os dias demora uma hora a chegar à escola de Pagirinya. No Líbano, o ACNUR faz os possíveis para arranjar um "novo país" para os refugiados. O objetivo é que possam ter mais oportunidades, construir um futuro.
Catarina Furtado assinala o fim da quinta série documental Príncipes do Nada com uma emissão especial. Ao longo de 10 episódios, Catarina e a sua equipa visitaram vários campos de refugiados na Grécia, no Bangladesh, no Líbano e no Uganda para além de terem seguido o drama dos venezuelanos que procuram na Colômbia uma vida melhor e a realidade dos colombianos deslocados à força, vítimas dos conflitos armados. Neste episódio especial, tendo estes cinco países como ponto de partida, Príncipes do Nada vão ao encontro de refugiados a residir em Portugal. Catarina Furtado irá visitar o Centro de Acolhimento Especializado da Cruz Vermelha e conversar com alguns dos adolescentes do primeiro grupo de 25 refugiados menores não acompanhados, que chegaram a Portugal, em Julho, vindos da Grécia ao abrigo do programa europeu de recolocação. O episódio irá ainda mostrar outras histórias de vida, que servem de inspiração e exemplo para a implementação dos verbos Acolher e Integrar num país que se assume solidário.
Catarina Furtado percorre as ruas e ruelas do Bairro Segundo Torrão, em Almada, através das diretrizes da associação "Cova do Mar" criada por Alexandra Gonzalez, que aqui fez nascer o bonito projeto "Fábrica dos Sonhos". As crianças dos seis aos 16 anos são a prioridade desta associação e desta ocupação dos tempos livres que oferece educação e afeto. Através de atividades diárias, e sempre com o envolvimento das famílias, as crianças são incentivadas a assumir papéis de liderança na comunidade. Neste lugar vivem mais de três mil pessoas em casas precárias, com acesso limitado à eletricidade, ao saneamento ou à recolha de lixo. Todas estas crianças desejam que o bairro tenha mais condições, porque assim não precisam de mudar de habitação e podem manter amizades. Mas apesar das inúmeras promessas de realojamento, até hoje, nada ainda foi concretizado.
Catarina Furtado e a sua equipa dos Príncipes do Nada percorreram as ruas da Quinta do Ferro, um bairro degradado bem no centro de Lisboa, paredes-meias com a Graça e Santa Apolónia, há décadas que não se cumpre um direito que vem expresso na Constituição da República Portuguesa: o direito à habitação. Uma habitação com "dimensão adequada", condições de "higiene e conforto", que preserve a "intimidade pessoal" e a "privacidade familiar". Aqui vivem muitas famílias, com idosos e crianças, em casas ou barracas sem água que corra na torneira, sem eletricidade e sem saneamento. Uma associação que une moradores e proprietários quer mudar este cenário indigno, de miséria, reabilitar o bairro e potenciar as vidas de quem cá vive e que tem muito para dar à sociedade, inclusivamente jovens. Até já existe um projeto. Mas ainda há um longo caminho a percorrer entre o desejado e a realidade do quotidiano do bairro da Quinta do Ferro.
No Algarve, na Tavira que não vem nos roteiros turísticos, do centro da cidade à aldeia serrana mais remota, vivem (ou sobrevivem como podem) muitos idosos, sobretudo mulheres, viúvas, sozinhas, sem família próxima, por vezes sem vizinhança alguma, numa solidão calada. Mas como foi também em Tavira que nasceu o "Lado a Lado", Catarina Furtado com os seus Príncipes do Nada foram perceber como, na prática, este projeto é a boia de salvação para muitos destes seniores. "Lado a lado" destina-se a combater a solidão entre os mais velhos, seja pela visita dos técnicos a casa, por uma conversa em que se escuta mais do que se diz, fazendo pequenos recados (uma ida ao supermercado, à farmácia) ou recebendo-os na sede da associação "Em contacto", espaço que para tantos é a maior (e talvez única) razão para sair e partilhar experiências e memórias.
Em Sintra, e já desde 1893, a Casa de Saúde do Telhal, que pertence à Ordem Hospitaleira de S. João de Deus, acompanha diversos pacientes, quer em situação de doença mental grave, quer em período de internamento mais passageiro, mas sempre com um foco muito concreto: reabilitar e devolver à sociedade, à vida quotidiana, ao emprego, às famílias, quem lá entrou um dia. E são já muitos os casos de sucesso. Aos Príncipes do Nada foi-lhes autorizada uma visita (o que não costuma acontecer com a comunicação social) e Catarina Furtado e a sua equipa conversaram com doentes, médicos e técnicos. A saúde mental é pouco discutida em Portugal, muitas vezes por falta de informação, tantas vezes por vergonha. Mas Portugal já é o quinto país da OCDE onde mais se consomem antidepressivos e ansiolíticos, números que a pandemia só veio acentuar.
Foi no ano de 2015, na região da Guarda, que uma jovem, Bárbara, começou a planear uma ideia inovadora em Portugal, o Projeto LAR, que tinha como objetivo combater o despovoamento do interior, integrando famílias de migrantes e refugiados. Príncipes do Nada, que na sua última série se dedicou precisamente à temática dos refugiados e migrantes, foi até lá. Um projeto que só é possível devido à vontade daqueles que acreditam que a diversidade pode ser a chave enriquecedora para o futuro de um interior que foi ficando vazio...
Catarina Furtado com a sua equipa dos Príncipes do Nada foram até à região de Lafões, Beira Alta, visitar uma instituição de solidariedade social, a ASSOL, que, sedeada em Oliveira de Frades mas estendendo-se às localidades vizinhas, promove há mais de 30 anos a inclusão social de pessoas, crianças e adultos, com deficiência. Tem hoje cerca de mil utentes. O lema atual, tal como no passado é o mesmo: "alargar mundos e realizar sonhos". Normalizar a diferença. Em Portugal a diferença ainda significa estigma. De acordo com o Eurostat, o risco de pobreza e exclusão social é ainda muito alto no nosso país: uma em cada três pessoas com deficiência encontra-se no limiar desta situação. As histórias de sucesso desta instituição provam, se dúvidas houvesse, que ter uma deficiência não é sinónimo de inaptidão. Estas pessoas podem ser, e são, úteis para a sociedade.
Em Beja, a associação "Estar", criada pela Madalena e pela Inês (que trocaram empregos certos pela solidariedade sem pedir nada em troca), pretende dar uma resposta imediata à necessidade das pessoas mais vulneráveis, quer através do Projeto Marmita, que distribui alimentos oferecidos por supermercados, quer através da loja social, onde vendem a preço simbólico roupa e todo o tipo de bens em segunda mão. Catarina Furtado conversou com as duas mulheres empreendedoras sociais, ativistas, altruístas que se debatem diariamente com uma das maiores lutas atuais da sua associação e dos quase 40 voluntários: apoiar também (exigindo para eles contratos e direitos laborais) alguns dos centenas de migrantes que trabalham nos campos no Alentejo, um compromisso sazonal - e, portanto, incerto - que os deixa (e às famílias) largos meses sem sustento.
Criada em 2010 por um grupo de jovens que apoiava - com os "trocos" que faziam na baixa de Lisboa, a tocar e a cantar - aqueles que mais necessitavam, hoje a associação "Just a Change" reconstrói casas de pessoas carenciadas em Portugal. Com a colaboração de cerca de cinco mil voluntários, ao longo de 11 anos "Just a Change" reabilitou mais de 300 casas e instituições. Catarina Furtado e a sua equipa acompanharam o "antes" e o "depois" da pequena casa de Maria José. Aos 79 anos, no centro da cidade do Porto, Maria José vivia até há pouco tempo, sem acesso a saneamento básico e a ter de usar galochas dentro de casa porque a água inundava-lhe o chão. Trata-se apenas de mais um caso entre os cerca de 400 mil portugueses que vivem em situação de pobreza habitacional. Portugal é mesmo o segundo país da União Europeia no qual mais pessoas vivem em casas sem condições dignas.
É num pequeno rés-do-chão, no bairro social do Casal da Mira, na Amadora, que funciona a Pressley Ridge, uma associação que, naquele bairro e noutros do concelho, acompanha crianças em situação de vulnerabilidade psicossocial. Um meritório projeto da Pressley, que funciona há já seis anos e é sempre realizado em família e no contexto familiar - preferem-se as casas e não os gabinetes -, é o CAFAP: Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental. A equipa dos Príncipes do Nada foi perceber como funciona na prática esta intervenção social que pretende desenvolver competências parentais através da positividade, de encontrar os pontos fortes que há em cada pai e mãe - sem juízos de valor ou atribuir culpa. O objetivo, no fim de tudo, é a "preservação" - evitando que uma criança seja retirada - e, nalgumas situações, a "reunificação": devolvendo à família crianças institucionalizadas. Hoje, a Pressley Ridge trabalha com 200 crianças (76 famílias no total).
Vanessa, Totó, Marisol... e tantos outros são a prova de que os ciganos não são todos iguais. Através do trabalho da Associação Beira Serra, Catarina Furtado acompanhada pela sua equipa dos Príncipes do Nada, conversou com crianças, jovens, adultos, meninas, meninos, mulheres e homens ciganos que dão voz à mudança de mentalidades. Pessoas que vivem no Fundão, Covilhã e em Belmonte. Vanessa Lopes que está a estudar para se transformar na primeira mulher jornalista cigana e que, na Rádio Cova da Beira, tem uma rubrica, "Mitos ou Verdades" ajuda a desconstruir ideias feitas que perpetuam discriminações e atrasam a integração.
A "rede ex aequo", associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, trans, intersexo e apoiantes, surge em 2003 com o objetivo de ir de encontro das necessidades específicas da juventude LGBTI. Jovens que se sentem limitados pela falta de independência financeira e pela dificuldade de crescer num mundo em que o preconceito e a discriminação ainda perduram quando se fala de orientação sexual, identidade, expressão de género e características sexuais. Todas as histórias que Catarina Furtado dá a conhecer neste episódio de Príncipes do Nada (a de Jo, da Inês, da Bruna, do Vasco ou do Carlos) são relatos de vidas de jovens que encontraram na "rede ex aequo" um lugar contra a discriminação, um espaço onde as suas vozes têm poder: o poder de mudar mentalidades.
O Estatuto do Cuidador Informal foi aprovado no ano de 2019. No entanto, somente 30 concelhos acabariam por ser, numa primeira fase, abrangidos pelo projecto-piloto que reconhece, e apoia, o cuidador e a cuidadora. Mas os apoios para quem cuida, quem tanta vez se "anula" para cuidar, que cuida por amor e com amor, são ainda poucos e parcos. Catarina Furtado e a sua equipa dos Príncipes do Nada foram até Valongo, no distrito do Porto, para conhecer o trabalho da IPSS Viver Alfena, que tem hoje um projeto tão especial quanto essencial: o IDDA. Nasceu da boa-vontade de um jovem psicólogo, o Diogo, e intervém socialmente na área da doença de Alzheimer e outras demências.
Em Lisboa, uma associação fundada em 2017 em Campolide, "Amigos da Estrela", tem um projeto que importa conhecer: o Souma. A equipa dos Príncipes do Nada passaram dois dias a acompanhar uma azáfama contagiante. Aqui garantem-se alimentos a quem tem fome, mas o Souma é bem mais do que isso: o que os seus fundadores (todos antigos voluntários da Re-food) pretendem é compreender as razões da pobreza, alterando-as, e, assim, "transformar vidas". Neste episódio Catarina Furtado conheceu a história de José Carlos, ex-toxicodependente e antigo beneficiário do Souma que se tornou num precioso voluntário da "Amigos da Estrela". Mas também as vidas de todos quantos aqui fazem o bem sem esperar nada em troca. Desde o reputado neurologista Alexandre Castro Caldas à telefonista Manuela e tantos outros voluntários da associação, "cozinheiros" ou organizadores que, com a sua genuína entrega, permitem apoio a centenas de pessoas.E o Souma já chega a 300 cidadãos, garantindo 3.600 refeições semanais.
